Uma conta(partícula) de massa m desliza sem atrito ao longo de uma haste rígida, de massa desprezível, que gira um plano horizontal com velocidade angular constante ω. Mostre que, com uma escolha adequada da coordenada r, a lagrangiana do sistema é
L=2mr˙2+2mω2r2−mgrsenωt
Dadas as condições iniciais r(0)=r0 e r˙(0)=0, encontre a solução da equação de Lagrange para r.
[ESTOU DEVENDO IMAGEM]
Resolução
Observamos da figura que as coordenadas da partícula de massa m são
que tem a forma de uma ED linear ordinária de segunda ordem não homogênea. Descobrir a equação horária r(t) é portanto resolver esta EDO com as condições iniciais impostas r(0)=r0 e r˙(0)=0.
Problema 1.4
O pêndulo cicloidal de Huyghens consiste numa partícula oscilando num plano vertical ao longo de um arco cicloide com equações paramétricas
x=Rθ+Rsenθy=−Rcosθ
Mostre que a lagrangiana desse sistema pode ser posta na forma:
L=2mR2cos22θθ˙2+mgRcosθ
fazendo a transformação de ponto u=sen(θ/2), obtenha a lagrangiana e a equação de Lagrange em termos da coordenada u. Prove que o período de oscilação é igual a 4π(R/g)1/2, independente, portanto, da amplitude θ0.
Resolução
Podemos descrever a Lagrangiana da partícula sujeita a restrição dada pelo arco cicloide como:
L=T−U
onde,
T=21m(x˙2+y˙2)U=mgy
descrevem a energia cinética e potencial do sistema, respectivamente, assim substituímos as equações do cicloide nas equações acima
Observamos que a ultima equação é a equação diferencial que descreve um oscilador harmônico, com frequência angular ω2=g/4R. Lembrando que a relação entre frequência e período do movimento oscilatório é ω=2π/T, buscaremos o período desse movimento
ω=T2π⇒T=ω2π=4Rg2πT=4πgR
Problema 1.6
Uma partícula cai verticalmente sob a ação da gravidade. supondo que a força da resistência do ar seja proporcional à velocidade, obtenha a equação de movimento a partícula com a ajuda da função dissipação F=2λv2. Determine a velocidade como função do tempo e prove que a maior velocidade possível para a queda a partir do repouso é v=λmg .
Resolução
Primeiro iremos determinar a energia cinética do sistema, como estamos tratando apenas de um sistema unidimensional, a energia cinética terá apenas a velocidade em y.
T=21my˙2
Para a energia cinética
V=−mgy
Como a laringiana é dada por:
L=T−V
L=21my˙2+mgy
Para encontrar as equações de movimento, poremos na equação de Lagrange. Mas para facilitar o processo faremos a derivada parcial para única coordenada generalizada.
∂y˙∂L=my˙⇒dtd(∂y˙∂L)=my¨∂y∂L=mg∂y∂F=λy˙
Para problemas a qual temos dissipação, a equação de Lagrange é:
dtd(∂y˙∂L)−∂y∂L+∂y∂F=0
substituindo:
my¨−mg+λy˙=0y¨+mλy˙=g
Resolvendo a EDO, obtemos y(t)
y(t)=λc1me−mλt+λmgt+c2
Impondo as condições iniciais ditas pelo problema, para encontrar as constantes.
y(0)=0y˙(0)=0
y(0)=λc1m+c2=0⇒λc1m+c2=0λc1m=c2
derivando para aplicar a segunda condição inicial
y˙(t)=c1e−mλt+λmg
impondo a condição inicial
y(0)=c1+λmg=0⇒c1+λmg=0c1=−λmg
substituindo na equação 13
λmgλm=c2c2=λ2m2g
Agora para encontrar o resultado pedido pela equação, substituímos o valor da constante em y˙(t)
para mostrar qual maior velocidade possível, faremos t tender ao infinito
t→∞lim=λmg
o que está de acordo com que foi pedido.
Problema 1.8
O ponto de suspensão de um pêndulo de massa m e comprimento l pode mover-se horizontalmente ligado a duas molas idênticas de constante elástica k. (i) Escolhendo como coordenadas generalizadas o deslocamento x do ponto de suspensão e o ângulo θ entre o fio e a vertical, encontre a lagrangiana e as equações de movimento. (ii) Obtenha a forma aproximada das equações de Lagrange no caso de pequenas oscilações angulares (senθ≈θ, cosθ≈1 e termos do tipo θn e θ˙n com n>1 são desprezíveis). Combinando as equações de movimento aproximadas, mostre que x=αθ para um certo valor da constante α. Mostre, em seguida, que o sistema equivale a um pendulo simples de comprimento l′ e exprima l′ em termos de l,m,g,k.
## Resolução
(i) Escolhendo as coordenadas generalizadas o deslocamento x e ângulo do fio θ, utilizamos um sistema de referência inercial em coordenadas cartesianas com origem no ponto de equilíbrio das molas, assim sendo com seu eixo-x orientado a direita da figura e o eixo-y orientado para cima.
Tratamos da representação de T e V neste sistema da seguinte forma: consideramos um pequeno deslocamento x do ponto de equilíbrio, causado por um desvio θ do pendulo conectado, a representação das coordenadas da posição massa m será definida por:
X=x+lsinθY=lcosθ,
Considerando que a massa m está a uma distancia Y do potencial de referência, nulo, na origem, teremos a energia potencial Ug,
Ug=−mglcosθ
já para o caso da energia potencial elástica, devemos levar em conta dois fatos: sabemos que um deslocamento x no equilíbrio leva a uma força repulsiva devido a mola comprimida e uma força atrativa devido a mola alongada e que a força elástica é conservativa, i.e., deriva de um potencial. Somando a contribuição das duas, nos leva a:
Uel=2(2kx2)=kx2
Agora resta por todas estas informações na lagrangiana, seguindo as contas,
(ii) Iremos obter a forma aproximada das equações de Lagrange no caso de pequenas oscilações angulares (senθ≈θ, cosθ≈1 e termos do tipo θn e θ˙n com n>1 são desprezíveis),
Iremos impor as aproximações acima nas equações de movimento, resultando em
A equação acima descreve o movimento do pendulo simples de comprimento
l′=l+2kmg
Problema 1.10
Um pêndulo elástico numa massa m capaz de oscilar num plano vertical suspensa por uma mola de constante elástica k e comprimento natural l. Escolhendo coordenadas generalizadas convenientes, obtenha a lagrangiana e as equações de lagrange.
[IMAGEM 1.10]
Resolução
Descrevemos a origem no ponto de suporte do pêndulo, e direcionamos o par de eixos do sistema de referencia com o eixo-x para a direita e o eixo-y para baixo. Definimos as coordenadas generalizadas como d e θ , sendo d o comprimento da mola e $\theta $ o ângulo com a vertical. A partícula de massa m é descrita pelo par (x,y), onde teremos a sua energia cinética e potencial da seguinte forma
Verificamos em seguida que a energia potencial do sistema é a soma das contribuições da energia potencial gravitacional e da energia potencial elástica,
V=−mgdcosθ+2k(d−l)2
A lagrangiana do sistema será,
L=2m(d˙2+d2θ˙2)+mgdcosθ−2k(d−l)2
As equações de Lagrange para as coordenadas generalizadas escolhidas serão
dtd(∂d˙∂L)−∂d∂L=0dtd(∂θ˙∂L)−∂θ∂L=0
Seguiremos resolvendo as derivadas parciais das equações
Dividindo ambos os membros da segunda equação por m:
md¨−mdθ˙2−mgcosθ+k(d−l)2dd˙θ˙+d2θ¨+gdsenθ=0=0
Para validar estas equações trataremos de um caso mais simples que é o caso do pêndulo simples (para pequenas oscilações) onde a mola tem k→∞. Dividindo por k,
e a equação fica simplificada a equação do pêndulo simples.
Problema 1.12
Um bloco de massa m desliza sem atrito ao longo de uma cunha de massa M e ângulo α. A cunha, por sua vez, escorrega sem atrito sobre uma superfície horizontal. (i) Escolhendo coordenadas generalizadas convenientes, obtenha a lagrangiana e as equações de movimento do sistema. (ii) Determine a aceleração da cunha relativamente ao sistema de referência inercial (x,y). (iii) Determine a aceleração do bloco em relação à cunha.
[IMAGEM 1.12]
Resolução
Tomamos um referencial inercial Oxy à direita dos blocos e escolhemos como coordenadas generalizadas a distância do bloco de massa M à origem d e a distância do bloco de massa m em relação ao bloco de massa M, l. As coordenadas (X,Y)=(d+lcosα,lsenα) representam as coordenadas do bloco menor, usaremos elas em breve.
Determinamos a energia cinética do bloco maior como
TM=21Md˙2
e a energia cinética e potencial do bloco menor
Tm=21m(X˙2+Y˙2)
Vm=mglsenα
resolvemos a quantidade necessária para calcular a Tm:
gera a equação de movimento de um oscilador harmônico amortecido. Mostre que a transformação de ponto q=e2λtx elimina a dependência temporal explicita na lagrangiana.
Resolução
O que primeiro faremos será aplicar a equação de Lagrange para a equação acima, fazendo as derivadas parciais separadamente para facilitar os cálculos.
substituindo que foi encontrado na equação de Lagrange.
dtd(∂x˙∂L)−∂x∂L=0meλt(λx˙+x¨)−eλt(mω2x)
organizando um pouco mais
meλt(x¨+λx˙+ω2x)=0
sabemos que meλt>0,∀t, portanto temos que:
x¨+λx˙+ω2x=0
que é a equação de movimento de um oscilador harmônico amortecido. Pondo de outra forma, com $\omega^2=\frac{k}{m}, \lambda=\frac{\rho}{m} $ e multiplicando por m.
mx¨+mλx˙+mω2x=0mx¨+mmρx˙+mmkx=0mx¨+ρx˙+kx=0
que também é uma forma para oscilador harmônico amortecido. Agora eliminaremos a dependência temporal através da equação.